O Cemitério da Lapa é, desde 2022, reconhecido como Cemitério Monumental pela ASCE – Association of Significant Cemeteries of Europe e membro da Rota Europeia dos Cemitérios.
A construção do Cemitério da Lapa, representando um desejo do Fundador da Irmandade, foi impulsionada pelas consequências do Cerco do Porto, nomeadamente por uma epidemia de cólera. As várias mortes ocorridas naquele período determinaram a lotação dos antigos locais de enterramento no interior das igrejas portuenses, com graves consequências sanitárias
Este cenário veio reforçar a intenção da Mesa Administrativa de então, de criar um local digno, piedoso e com condições de higiene para os mortos, tendo a Irmandade da Lapa solicitado permissão régia a D. Pedro IV para a construção de um cemitério privativo externo à sua igreja.
Foi assim que, em 1833, foi criado o Cemitério da Lapa, o mais antigo cemitério romântico português de matriz católica, que foi o modelo para os cemitérios românticos do norte de Portugal.
À imagem dos cemitérios parisienses, nomeadamente do Père Lachaise, foi concebido como local de passeio e de meditação, com áreas arruadas e ajardinadas que embelezam o espaço, transformando-o num local apaziguador e com lugares específicos para a construção de monumentos de homenagem e de memória.
Nestes monumentos do Cemitério da Lapa, símbolos de saudade mas também de ostentação, são guardados segredos e histórias da ilustre burguesia portuense.
No Cemitério da Lapa insignes figuras da cidade encontraram a sua última morada. Podemos referir, meramente a título exemplificativo, Camilo Castelo-Branco, Marques da Silva, Soares de Passos, Sarmento de Beires, Ferreira Borges e Armanda Passos.