A nossa História

A génese da Venerável Irmandade de Nossa Senhora da Lapa remete à pessoa do Padre Ângelo Sequeira, presbítero brasileiro, natural de S. Paulo, que no seu livro “Botica Preciosa e Thesouro Precioso da Lapa”, confessava querer “achar todos os remédios, para o corpo, para a alma e para a vida”. A sua devoção aliada à sua arte de bem falar, conseguiu difundir o culto à Senhora da Lapa por todo o norte do país e Galiza.

A 30 de dezembro de 1754 foi cedido ao Padre Ângelo Sequeira o Monte de Germalde. Segundo crónicas da época, o Monte de Germalde era um local pouco habitado e hostil, de passagem de comerciantes e peregrinos. Aqui eram muito frequentes os roubos e os assaltos. Foi neste terreno, que a 7 de janeiro de 1755, teve início a construção da Capela de Nossa Senhora da Lapa das Confissões, assim conhecida por nela o presbítero ouvir em confissão os ladrões arrependidos.

A 17 de julho foi lançada a primeira pedra da Igreja da Lapa, cujo arquiteto principal veio a ser José Figueiredo Seixas. A sua construção demorou mais de 100 anos (1756-1863) sobretudo por escassez de recursos.

Já não existindo no tempo presente, a Irmandade da Lapa outrora possuiu uma escola. Com aprovação régia para a fundação de um Seminário em 1792, foi nos inícios de abril de 1800 que se inscreveram os primeiros alunos.

Na véspera da sua morte, a 23 de setembro de 1834, o monarca declarou querer confiar o seu «coração à heroica cidade do Porto, theatro da minha verdadeira glória…». Sua filha D. Maria II escolheu a Irmandade da Lapa, como fiel depositária do coração do mui nobre rei por no decorrer do Cerco do Porto, ser na Igreja da Lapa que D. Pedro encontrava recolhimento e assistia às missas militares.

Construído como resposta à epidemia de cólera que vitimou muitos portuenses em 1833, o Cemitério da Lapa era uma vontade há muito desejada pela Irmandade para um sepultamento nobre dos seus Irmãos. Autorizado por D. Pedro IV, e anterior à lei dos cemitérios públicos de 1835, tem a sua bênção oficial no verão de 1838.

A 18 de agosto a primeira pedra foi lançada concretizando um antigo sonho do fundador da Irmandade. A construção do edifício principal foi financiada pela benemérita D. Luzia Joaquina Bruce. Em 1948 teve lugar uma segunda fase de construção, com vista à ampliação do hospital, a qual se veio a encontrar na generosidade da benfeitora Condessa de São Tiago de Lobão.

Foi neste ano que a Irmandade adquiriu o monumental Órgão de Tubos, um dos melhores e mais belos de toda a Península Ibérica. Pesando cerca de 32 toneladas, e medindo 15 metros de altura, dispõe de 4 teclados e quase 4500 tubos. Ainda hoje, o órgão de tubos é uma peça fundamental na concretização dos concertos promovidos pela Irmandade.